A distância entre o ator e a palavra é tão mínima que nem se quiséssemos nós conseguiríamos separá-los para uma análise mais profunda. É – das profissões, a que mais requer o bom uso e o pleno conhecimento da própria palavra, de seu significado e significante, assim como também de sua simbologia – valor mágico – e de sua identificação com a massa, que é o público. Um dos exercícios mais importantes e fundamentais para um ator é estar sempre em contato com a boa leitura, com bons livros, bons autores. É prioridade na vida do ator a intimidade com a palavra. E intimidade no sentido pleno mesmo. O ideal é que o ator estude primeiro a sua língua e a sua cultura para então estudar as técnicas de interpretação, ou então que faça as três coisas ao mesmo tempo, em horários diferentes para aproveitar todas as informações oferecidas.
O conhecimento da palavra multiplica a força do ator. Sua habilidade em conduzir uma frase, em pausar no momento correto, em dar a inflexão exata é fundamental para transformá-las, as palavras, em impressões.
É fundamental que as palavras na boca do ator sejam transformadas em impressões. Os espectadores querem ser impressionados por algo, não importa se por algo bom ou ruim, mas quando se deixam levar por uma obra de ficção, o que querem é serem impressionados. E é do ator essa responsabilidade.
Nota-se, portanto, que as palavras são fundamentais para qualquer relação, seja profissional ou pessoal. Não há comunicação sem a existência da palavra, seja falada, pensada, desenhada, enfim. Todas as emoções são emoções, mas também são palavras. Mesmo o silêncio, o silêncio é ausência, mas também é palavra.
É interessante se observarmos que só podemos oferecer um novo mundo a alguém se nós o tivermos desenhado de modo concreto, para nós mesmos. Não importa se o que oferecemos é invisível à maioria, se o que oferecemos não existe de fato; o fato é que se o que oferecemos para uma platéia está construído de modo concreto; se o que oferecemos é fruto de uma vivência interna muito bem elaborada, com recordações emocionais sólidas, todos, sem exceção, abarcarão em nossas sensações e buscarão – cada um com a sua subjetividade e suas palavras, adentrar na nossa experiência e respirá-la como se estivesse lá, concretamente.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Alex Giostri é paranaense. Mudou-se para São Paulo, ainda criança. Viveu no Rio de Janeiro (1996-2008) e retornou a São Paulo. Formou-se em Cinema, fez algumas pós-graduações, e também inúmeros cursos profissionalizantes, colaborador de jornais impressos, como Jornal do Brasil e Tribuna da Imprensa, trabalhou como diretor de filmes publicitários. Idealizou e coordenou o Projeto Novo Autor (2004) - projeto de fomentação dramatúrgica que apresentou autores, atores e diretores teatrais para a sociedade carioca. Idealizou seu próprio selo editorial Giostri, em 2005, no Rio de Janeiro. Logo ampliou os trabalhos e apresentou ao mercado o selo RAG e o selo infantil Giostrinho, todos da Giostri Editora Ltda. (giostrieditora.com.br). Em 2007, publicou o livro “Meninos”, com treze contos. Teve dois livros utilizados como bibliografia básica em dezenas de Universidades no país até hoje: Seis ferramentas para a construção de um texto e Do pensamento para o papel. Até 2018 teve 13 obras escritas de sua autoria e 7 obras que organizou, além das mais de 1.000 que atuou como editor responsável. Em 2008, o foco foi para o universo das relações ao publicar Afeto, Amor e Fantasia, um livro voltado às pessoas interessadas em saber mais sobre o universo das relações. Na dramaturgia, Alex foi premiado nacionalmente em um concurso de dramaturgia no ano de 2005 com um de seus textos autorais, Quase, que fala sobre a solidão do Natal. Alex tem uma obra teatral com quatorze textos autorais e duas adaptações de obras literárias. Como roteirista, escreveu roteiros de curtas e longas-metragens, todos em captação de recursos. Além de séries e seriados que possui, todos escaletados. Atuou por conta própria em algumas ONGS, empresas, Secretarias de Cultura e Educação. Desde 2015 está à frente da Oficina literária - A Formação do EU, nas dependências da Penitenciária Industrial de Joinville - SC, onde idealizou e coordena toda a ação, que privilegia apenados e constrói, a partir da criação, uma nova maneira de pensar e conviver com a vida em cárcere. Obteve um prêmio nacional, pelo Instituto Pró-livro, como fomentador de cultura e cadeia produtiva e foi consultor editorial do livro que se intitulou A didática no cárcere, obra essa publicada pela Giostri em 2017.
Fontes:
Texto enviado pelo autor. 27.03.2010
Biografia =http://www.alexgiostri.com.br/
Imagem criada com Microsoft Bing
Nenhum comentário:
Postar um comentário